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Guilherme Favaron

Tendências para 2024 e 2025: as transformações que os negócios passarão

Atualizado: 30 de nov. de 2023

Vivemos em uma era de profunda transformação que está redesenhando os modelos de negócios em praticamente todos os setores. Acelerada pelo contexto da pandemia, a adoção de tecnologias digitais e o lançamento ao público dos grandes modelos de inteligência artificial conversacional, a mudança de mentalidade necessária para prosperar nesse novo ambiente passaram a ser questões de sobrevivência para as empresas.

...a mudança de mentalidade necessária para prosperar nesse novo ambiente passaram a ser questões de sobrevivência para as empresas.

Olhando à frente, visualizo diversas tendências que devem se consolidar nos próximos anos como consequência ou catalisadoras dessa transformação digital. Empresas que compreenderem e incorporarem essas tendências em sua estratégia estarão melhor posicionadas para liderar seus mercados no futuro.


Algumas dessas macrotendências são:


Experiência do cliente digitalizada


A experiência e jornada do cliente se tornará predominantemente digital, independentemente se o core business da empresa é online ou offline. Ferramentas como apps, assistentes virtuais, realidade aumentada, conversas automatizadas e outras tecnologias serão cruciais nessa jornada digital.

Marcas que souberem personalizar suas ofertas e experiências a partir de dados e insights sobre o cliente, obterão vantagem competitiva frente à concorrência que oferecer apenas abordagens genéricas. O desafio será entregar essa personalização em escala.


Modelos de negócio as a service


Tradicionais modelos de negócio baseados na venda de produtos físicos tendem a perder espaço para modelos as a service, ou seja, de venda de acesso e experiência sob demanda. É a lógica do Spotify para música ou Netflix para entretenimento se expandindo para diversos outros mercados.

Essa mudança de mentalidade requer que as empresas foquem em capturar valor de forma recorrente ao longo do ciclo de vida do cliente, e não apenas no momento da venda, construindo relacionamentos duradouros. Os negócios que conseguirem essa transição serão bem-sucedidos no futuro.


Tomada de decisão orientada a dados


Dados se tornarão ainda mais centrais no direcionamento estratégico e operacional dos negócios na próxima década. Sensoriamento e análise de dados guiarão desde decisões táticas do dia-a-dia até a formulação de estratégias corporativas de longo prazo.

Profissionais que desenvolverem habilidades analíticas e conseguem extrair insights valiosos a partir de dados terão papel diferenciado nesse futuro. Intuição e experiência continuarão importantes, mas serão validadas e qualificadas por dados e análises mais robustas.


Automatização de processos


Tecnologias como inteligência artificial, machine learning, robótica e automação permitirão automatizar cada vez mais tarefas e processos antes realizados manualmente, permitindo que as equipes se dediquem a atividades de maior valor agregado.

Funções que envolvem trabalho repetitivo e previsível tendem a ser substituídas por algoritmos e máquinas. Por outro lado, criatividade, relacionamentos humanos e decisões complexas permanecem como domínios humanos. Equilibrar essas forças será fundamental para impulsionar a produtividade no futuro.


Cultura ágil e inovadora


Em um ambiente de negócios de rápidas transformações, ter uma cultura corporativa ágil, flexível e aberta à inovação se tornará cada vez mais um pré-requisito para o sucesso. Estruturas engessadas e modelos tradicionais de gestão se tornarão obsoletos.

Líderes precisarão promover colaboração interdisciplinar, aprendizado contínuo, mentalidade digital e foco no cliente como elementos centrais dessa nova cultura. Talentos jovens e nativos digitais serão cada vez mais valorizados pelas organizações do futuro e isso não tem nada a ver com a idade!!

Talentos jovens e nativos digitais serão cada vez mais valorizados pelas organizações do futuro e isso não tem nada a ver com a idade!


Sustentabilidade integrada ao negócio


Sustentabilidade deixará de ser tratada como um tema à parte e passará a estar incorporada ao propósito e operação dos negócios. Diante das mudanças climáticas e demandas crescentes dos consumidores, empresas que não adotarem essa agenda de forma estratégica estarão fadadas ao declínio.

Marcas que genuinamente colocarem impactos ESG (ambiental, social e governança) no centro de sua identidade e processos terão vantagem na atração dos melhores talentos, engajamento de clientes e relacionamento com stakeholders em geral. Sustentabilidade integrada aos negócios será regra.


Relações de trabalho mais flexíveis


A pandemia acelerou as mudanças que já vinham ocorrendo no mundo do trabalho. O aumento exponencial do trabalho remoto dissolveu barreiras físicas e geográficas. Cada vez mais as organizações adotarão modelos híbridos e uma cultura de trabalho orientada a entregas ao invés de presença física.

Profissionais altamente qualificados e especializados terão maior autonomia para escolher as modalidades de trabalho, tornado o talento mais escasso. Empresas dependentes de modelos tradicionais de trabalho presencial terão dificuldade em reter e atrair os melhores.

Assim, por mais que haja preferência por parte de algumas empresas pelo modelo presencial em relação ao modelo de trabalho híbrido ou online, a escassez de recursos humanos qualificados assim como os custos para manutenção destes recursos tornarão esse movimento irreversível.


Foco no propósito e significado


As novas gerações não buscam mais apenas estabilidade e salários, mas propósito e significado. Elas escolherão para quem trabalhar com base em seus valores pessoais e como aquela empresa impacta positivamente a sociedade.

Marcas que não tiverem claro seu propósito e o papel transformador que desempenham em suas comunidades e ecossistemas verão seu capital humano migar para onde encontrem maior sentido. Ter um propósito único e significativo guiará as melhores empresas do futuro.

Eu sei que isso parece bobagem e talvez exagero mas, olhando como nós atraímos e mantemos talentos hoje aqui na empresa que trabalho, só me resta acreditar que este realmente é o caminho. Aquela velha máxima continuará válida: "dinheiro atrai, mas não mantém".


Personalização radical


Ferramentas analíticas permitirão às marcas entender seus clientes como indivíduos, muito além de demografias amplas. O desafio nos próximos anos será escalar a entrega de experiências radicalmente personalizadas, quase que únicas para cada cliente.

Líderes que souberem combinar abordagens digitais e humanas para entregar personalização genuína construirão negócios duradouros centrados nas pessoas. Marcas que continuarem genéricas se tornarão commodities.


Ecossistemas e parcerias


A crescente digitalização dos negócios e desintermediação de canais tradicionais leva à formação de novos ecossistemas para entrega de soluções integradas aos clientes. As parcerias entre empresas de setores complementares serão cada vez mais comuns e estratégicas.

Competição aberta entre empresas dará lugar à colaboração dentro de ecossistemas de inovação aberta. Plataformas digitais serão os hubs conectando os diferentes players - startups, empresas tradicionais, desenvolvedores externos - para cocriar soluções ecossistêmicas.


Humanização das marcas


A tecnologia não vai desumanizar os negócios, e sim torná-los mais centrados nas pessoas quando bem aplicada. Líderes deverão garantir que, mesmo com toda automatização e uso intensivo de dados, a empatia, compaixão e o toque humano se fortaleçam.

Marcas que perderem essa conexão emocional elementar com as pessoas que constituem sua razão de existir estão fadadas ao declínio. Tecnologia deve servir para potencializar nossa humanidade, e não substituí-la. Essa será a lição de liderança mais importante da transformação digital.

Tecnologia deve servir para potencializar nossa humanidade, e não substituí-la. Essa será a lição de liderança mais importante da transformação digital.


Conclusão: reinventar negócios com propósito humano


O futuro dos negócios será uma síntese do potencial transformador da tecnologia com a essência humana que sempre foi a alma dos empreendimentos. As marcas que prosperarão serão aquelas que utilizarem as novas possibilidades digitais para amplificar seu propósito e gerar prosperidade compartilhada.

Empresas centradas em pessoas, mas com mentalidade e operação digital, que colaborem em ecossistemas e adotem abordagens sustentáveis, terão grandes chances de liderar esse futuro que já bate à nossa porta. Tempos de ruptura requerem visão ousada, valores humanos e propósito coletivo.


Essa será a lição de liderança mais importante para navegar as aceleradas transformações vindouras: reinventar nossos negócios, mas com alma e sabedoria humana. Inovação e tecnologia são meios para melhorar a vida das pessoas. E o ser humano, não a máquina, deverá estar sempre no comando e centro das organizações.


E você conseguiu identificar as marcas que estão representadas na imagem?

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