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Guilherme Favaron

Os negócios sobreviventes à covid-19

Atualizado: 24 de out. de 2023

A esta altura do campeonato, todos já fomos impactados… mas, impactados exatamente pelo quê? A ideia aqui não é falar do Coronavirus, seu impacto… etc



Esse Coronavirus mexeu com tudo e todos. Mas a pergunta que trago é: quando o Covid-19 se for, voltaremos à normalidade? Você acha que em algum momento no futuro a vida será como era antes?


Minha impressão é que esse vírus acelerou uma transformação muito maior do que parece. Claro que vamos voltar a nos agrupar ou nos deslocar, o que é limitado hoje, em meio à pandemia global (um misto de eufemismo com pleonasmo, afinal, muito difícil descrever o que estamos passando).


Não sei você, mas eu tenho trabalhado muito mais que antes do Covid-19 chacoalhar tudo. A forma como nos falamos, nos encontramos, trabalhamos juntos, nos conectamos, vamos e voltamos está diferente. E neste diferente, certamente há duas questões que precisam ser feitas: tem como sermos mais efetivos, mais objetivos, mais resolutivos, mais definitivos, hoje? E, se eu pudesse voltar no tempo, com o conhecimento e bagagem acumulada pós Covid-19, e me encontrar numa versão minha do passado, que dica eu daria para mim?


Bem, eu tenho algumas sugestões e tomo a liberdade de dividi-las contigo.


Consigo organizá-las, apenas para ser didático, como sugestões que gerariam resultados naquele momento e outras sugestões para o futuro, em um sentido de construção do negócio, que me permitiriam estar mais forte enfrentando esse momento de crise que entendo estar havendo um novo arranjo da sociedade.


Neste momento, por atuar no primeiro setor impactado pelas restrições de aglomerações e o último a sair da crise (indústria de eventos, que se baseia em marketing digital), estamos tendo que nos reinventar para gerar fluxo de caixa e honrar nossos compromissos financeiros.


Assim, em primeiro lugar, certamente a empresa que lidero estava de certa forma ineficiente em vários sentidos: número de profissionais, processos desnecessários, sistemas subutilizados, terceirizados no piloto automático, dentre outras coisas, tudo isso impactando a margem operacional de maneira muito forte.


A forma como os clientes chegam até nós, como obtém informações, como são atendidos, enfim, precisavam ser reorganizadas.

Também, os processos nos quais baseamos nossas entregas precisavam de mais automações (provavelmente, sempre vão precisar). A forma como os clientes chegam até nós, como obtém informações, como são atendidos, enfim, precisavam ser reorganizadas. Um mix de automações de processos integrados com marketing e vendas. Por exemplo, quando eu analiso em detalhes meu site, todas as páginas, todas as formas que ofertamos nossos produtos, a linguagem na qual entrego valor para todos meus parceiros de negócios e clientes, observei muita inconsistência, falta de informações importantes, fluxos quebrados, automações desatualizadas, que soam como desleixo, por maior que seja nosso zelo com nossa audiência.


Um ponto que é naturalmente claro é que deveríamos ter priorizado os esforços quanto às plataformas digitais, complementares ao nosso modelo de negócios físico. Independente do momento atual, sempre parece que estamos atrasado, por mais que temos trabalhado na direção do digital há anos. O mercado já demandava e priorizamos outras coisas que se mostraram menos importantes e que contribuem menos com a perenidade e crescimento de nossa organização.


Independente do momento atual, sempre parece que estamos atrasado, por mais que temos trabalhado na direção do digital há anos.

O mais importante: a velocidade com que sou forçado a reestruturar o nosso negócio exige um mix de assertividade, flexibilidade e agilidade na tomada de decisão que realmente me faz priorizar somente o que é estritamente necessário. E, neste sentido, esse momento me torna um líder mais ágil e que age proativamente ou relativamente com ainda mais intensidade.


Um grande desafio que tenho enfrentado é sobre comunicação com o time, ajudando todos a trabalharem na mesma direção, no mesmo sentido. Utilizamos Whatsapp, Hangouts, Zoom, nos falamos o dia todo… mas não é a mesma coisa em relação ao presencial. Certamente minha opinião sobre Home Office mudou depois dessa quarentena: é uma ferramenta ótima quando se precisa trabalhar sozinho, mas péssimo para trabalho em equipe.


Em momentos de reorganização como o que estamos passando, o cafézinho é importante; observar as expressões uns dos outros é importante; tocar no ombro do companheiro de trabalho é importante. Muitas pontas ficam soltas sem conversas informais.


Muitas pontas ficam soltas sem conversas informais.

Voltando à pergunta inicial, se você foi impactado, quero dizer, ser impactado pela nova organização da sociedade, pelas novas necessidades, novas demandas, novas oportunidades… que o mundo em que vivemos exige, que é muito diferente de 2019. Acredito que este isolamento social tem nos ajudado a acelerar todas as transformações que precisávamos há muito tempo.


Certamente eu vou sair desta crise muito diferente. Vamos sobreviver, e vou olhar meu negócio de uma maneira muito diferente.




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