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Guilherme Favaron

Como a inteligência artificial vai transformar a liderança e os negócios no futuro

A inteligência artificial, ou AI como é mais conhecida, é uma das tecnologias mais disruptivas e com maior potencial de transformação nos negócios e na sociedade nos próximos anos. Da mesma forma que a eletricidade transformou fundamentalmente a maneira como vivemos e trabalhamos há cerca de 100 anos atrás, a IA tem o potencial de causar mudanças igualmente profundas e de larga escala.


Especificamente no mundo dos negócios e da liderança, a IA trará impactos significativos na forma como as empresas operam, tomam decisões e se relacionam com clientes e funcionários. Essas mudanças exigirão uma nova mentalidade e novas habilidades de gestão e liderança para tirar o máximo proveito das oportunidades trazidas pela tecnologia.


Assim como eu pessoalmente, que comecei em um laboratório de pesquisa onde eu atuava como um "nerd" focado em ciência e tecnologia, as empresas que desejam prosperar e crescer de forma acelerada e consistente nos próximos anos precisarão incorporar a IA no seu core de negócios. Isso vale tanto para empresas que atuam no mundo físico quanto no digital.


Alguns exemplos de como a IA pode trazer transformações profundas:


Tomada de decisão aprimorada


A IA permitirá que os líderes tomem decisões melhores e mais rápidas, com base em insights extraídos por algoritmos a partir de grandes quantidades de dados (big data). Onde antes os gestores dependiam majoritariamente de intuição e experiência para tomar decisões estratégicas, no futuro eles serão guiados por análises preditivas e prescritivas entregues pela IA.


Isso possibilitará reduzir vieses inconscientes, analisar mais cenários e variáveis, e escolher as melhores alternativas para o negócio de forma mais assertiva. Mas exigirá que os líderes desenvolvam novas habilidades para entender, questionar e se beneficiar das recomendações da IA de maneira ética. Precisarão combinar intuição humana com informações fornecidas pelas máquinas.


Marketing e vendas aprimorados


A IA já está sendo incorporada em praticamente todas as etapas do funil de vendas e marketing. Desde análises preditivas para orientar campanhas, até chatbots que interagem com potenciais clientes e sistemas de recomendação que sugerem produtos personalizados.

Isso permite que empresas, como eu experienciei na empresa Smartus que criei do zero, alavanquem estratégias de inbound marketing, remarketing, automações de email e outros recursos de marketing digital para aumentar de forma exponencial leads, vendas e receita.


Técnicas de machine learning possibilitam entender o perfil de cada cliente e fornecer recomendações hiper-personalizadas, aumentando significativamente as taxas de conversão. Para tirar proveito máximo, os profissionais de marketing e vendas precisarão dominar esses recursos.


Automatização de processos repetitivos


Tarefas rotineiras e repetitivas, sem necessidade de análise complexa oucriatividade, serão cada vez mais realizadas por robôs e softwares de IA. Isso permitirá que as equipes foquem seu tempo e talento nas atividades de maior valor agregado e impacto para os negócios.

Por exemplo, algoritmos de processamento de linguagem natural (NLP) já permitem a análise automatizada de contratos e documentos, extraindo informações-chave e gerando relatórios. Softwares de atendimento ao cliente baseados em IA como chatbots estão sendo amplamente utilizados para resolver dúvidas e demandas padronizadas, economizando tempo dos funcionários.


Cabe aos líderes identificar onde a automação pode trazer ganhos de eficiência e produtividade, e preparar as equipes para assumirem trabalho mais estratégico e criativo onde o humano é insubstituível.


Novos produtos e serviços


A IA abre espaço para desenvolver novos produtos, serviços e modelos de negócios antes inimagináveis. Carros autônomos, assistentes virtuais, recomendações personalizadas, tradução em tempo real e muitas outras inovações estão sendo viabilizadas pela IA.

Startups e empresas que colocarem a IA no centro de sua estratégia de inovação, como fizemos no laboratório de pesquisa onde atuei no início da carreira desenvolvendo produtos patenteados, poderão criar novas categorias e se diferenciar da concorrência.


Líderes visionários conseguirão antecipar tendências e aplicações de IA que transformarão seus setores, movendo-se mais rapidamente que os rivais para capitalizar essas oportunidades e conquistar vantagem competitiva.


Envolvimento e produtividade dos funcionários


Ferramentas de IA também estão sendo aplicadas para aprimorar processos de RH como recrutamento, treinamento, engajamento e retenção de talentos.


Por exemplo, ao analisar dados dos funcionários, a IA pode identificar lacunas de habilidades a serem endereçadas com treinamentos personalizados e prever riscos de turnover. Chatbots e assistentes virtuais podem resolver dúvidas e demandas dos colaboradores sobre folha de pagamento, benefícios, política interna, agilizando o atendimento.


Isso leva a ganhos de produtividade e permite que as empresas foquem seus recursos de RH nas necessidades mais estratégicas do negócio. Cabe aos gestores identificar e implementar as melhores aplicações de IA para apoiar e engajar suas equipes.


Novos modelos de liderança


Para tirar proveito das possibilidades da IA, será preciso reinventar modelos de liderança, organizações e cultura corporativa. Em vez de simplesmente substituir trabalhadores, o ideal é que humanos e máquinas trabalhem juntos de forma complementar e sinérgica.


Líderes precisarão ser mais colaborativos, focados em nutrir o capital humano das equipes para que todos contribuam de maneira significativa nesse novo contexto. Será essencial cultivar a criatividade, pensamento crítico e intuição especificamente humanos, que são complementares às capacidades analíticas dos algoritmos de IA.


Empresas que conseguirem integrar IA aos seus processos e cultura de maneira ética e humana, mantendo o fator humano no centro, estarão melhor posicionadas. Líderes precisarão combinar inteligência emocional e social com o potencial analítico e preditivo da IA para obter sucesso.


Riscos e desafios da IA


Não podemos ignorar, no entanto, os potenciais riscos e desafios trazidos pela IA. A medida que essa tecnologia se torna ubíqua, surgem questões éticas sobre vieses algorítmicos, privacidade de dados, transparência e accountability.


Como sempre digo, apesar de atalhos serem tentadores, não há nada que substitua um trabalho consistente e bem feito. Isso vale também para o desenvolvimento ético e regulado da IA.


Líderes terão papel crucial em garantir o uso ético da IA em suas organizações, estabelecendo governança adequada e combatendo vieses. Grandes escândalos recentes envolvendo uso não ético de dados pessoais por gigantes de tecnologia, como Facebook e Google, destacam a importância desse tema.


Além disso, como toda nova tecnologia disruptiva, a IA causará mudanças estruturais no mercado de trabalho. Embora gere oportunidades, também levará à automação de muitos empregos, exigindo requalificação e adaptação da força de trabalho. Cabe às empresas e governo apoiar essa transição.


Portanto, é imperativo que os líderes desenvolvam uma mentalidade responsável, compassiva e com visão de longo prazo ao incorporar IA em seus negócios. Maximizando os benefícios para a sociedade ao mesmo tempo em que mitigam riscos e problemas.


Conclusão: IA como catalisador da transformação


A inteligência artificial representa uma onda de inovação que pode impulsionar saltos de produtividade e crescimento econômico comparáveis aos da revolução industrial. Porém, para capitalizar esse potencial, empresas e líderes precisarão reinventar processos, cultura e modelos de gestão.


Assim como precisamos desenvolver novas habilidades quando surgiram a eletricidade, motor a combustão e internet, precisaremos agora adquirir fluência digital e em IA. As empresas que colocarem a IA no core de seu negócio para aprimorar produtos, serviços, tomada de decisão e experiência do cliente estarão na vanguarda.


Adotar a IA de modo ético, inclusivo e sustentável deve ser prioridade. E o fator humano continuará essencial, por meio de criatividade, empatia e trabalho em equipe. Máquinas e algoritmos não substituirão totalmente nossa intuição e inteligência emocional.


Portanto, a IA não deve ser vista como uma ameaça, e sim como uma oportunidade de acelerar nossa própria evolução. Um catalisador para reinventarmos negócios, carreiras e a própria sociedade. Cabe a nós, líderes e profissionais, direcionarmos esse potencial para o bem maior.

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